sábado, 16 de abril de 2011

meu pai é um monstro

O ano de 1981 começa e renova as esperanças de ter uma vida nova e com amor mais isso só acontece em filmes e novelas a realidade da vida desmente esses contos de fada.

Trabalho em uma floricultura desde os meus 12 anos e vocês não acreditam mais eu nuca recebi um centavo se quer meu pai é quem recebia todo o mês o meu pagamento, e pra comprar qualquer coisa pra mim eu tinha que pedir pra ele e sempre ouvia, um não como aconteceu quando precisei comprar um tênis para trabalhar e ir para a escola já que o meu não tinha mais condições de usar, vou repetir as palavras ditas por ele ( comprar tênis você esta louco como eu vou te dar dinheiro pra comprar um tênis se tenho todas as contas para pagar e a compra do mês para fazer, ai eu fiz uma besteira enorme retruquei, mais pai você recebeu meu pagamento ontem e quem trabalhou fui eu tenho o direito de usar meu próprio dinheiro a final se eu não comprar um tênis não poderei ir para a escola e muito menos trabalhar, porque a do Jadira (a minha patroa) falou que com o tênis nessas condições eu não podia atender nenhum cliente e nem fazer nenhuma entrega, eu fazia entregas de arranjos de flores e também recepcionava os clientes na loja.

Antes mesmo de terminar de falar ele me deu um tapa que me deixou tonto ele não me deu o dinheiro para comprar o tênis, no outro dia fui trabalhar de chinelos quando minha patroa viu eu de chinelos falou você não vai trabalhar assim volta pra casa e coloca um sapato ai eu contei pra ela o que meu tênis tinha estourado ai ela falou tudo bem marquinho pode sair e comprar outro, foi ai que eu tive que contar o que realmente aconteceu ela disse que não acreditava no que eu tinha falado. Porque ela era amiga do meu pai a muitos anos e que ele era um amor de pessoa e jamais faria isso com um filho, ai eu falei pra ela que era verdade! Ai ela olho bem nos meus olhos e viu que eu estava realmente falando a verdade, ela me levou em uma loja e me comprou um all star que era o meu sonho, quando chegamos na floricultura ela falou eu vou falar com o João porque isso não é certo você trabalha e tem o direito de usar seu próprio dinheiro, você é um moleque trabalhador e isso não é justo. Ai eu pensei “ela é amiga dele e quem sabe não faz ele mudar seu comportamento comigo e me trata como um pai tem que tratar um filho” mais infelizmente não! Aquele dia eu tive certeza que meu pai era um monstro e nunca iria mudar porque era da natureza dele. Chegamos na minha casa e ele já estava quando ele viu a dona Jadira ele logo falou com ódio nos olhos o que esse moleque aprontou, ela rapidamente falou ele não fez nada eu vim até aqui para falar com você meu amigo!

Ela falou tudo o que eu disse pra ela e falou também que ele não podia fazer aquilo porque eu era um ótimo garota e muito trabalhador e estudioso, só ouvi a conversa até essa parte porque tive que ir para a escola, sai de casa tão alegre achando que tudo iria mudar e de quebra ainda tinha ganhado um tênis novo todos perceberam que eu estava contente me perguntavam se eu tinha achado um passarinho azul ou se tinha ganhado na loteria fiquei contando as horas para chegar em casa (na minha cabeça de adolescente meu pai ia me abraçar e pedir perdão por todas coisas ruins que tinha feito e que daquele dia em diante tudo iria ser diferente) acabou a aula e eu sai correndo pra casa todo sorridente quando estava perto de casa vi minha mãe parada no portão ela estava me esperando me pegou pelo braço e me levou para o final da rua e falou filho o que você aprontou, nada mãe seu pai esta louco em casa quebrou sua cama a tv e disse que hoje ele mata você, comecei a chorar não com medo da surra que iria tomar mais sim pela certeza de que me pai ERA REALMENTE O MONSTRO QUE TODOS QUE SABEM DA MINHA HISTORIA FALAVAM, minha mãe falou que era pra eu ouvir de boca fechada e nem respirar pra ele não me agredir eu enxuguei as lagrimas pedi para Deus me proteger e entrei quando abri a porta ele estava em pé bem na minha frente me catou pelo pescoço olhou bem dentro dos meus olhos e falou, vou ensinar você a não me desmoralizar para meus amigos me levantou pelo pescoço e me deu um soco na minha barriga com tanta força que mijei nas calças (meu pai era um homem muito forte) me jogou na parede, foi quando minha mãe entrou na frente dizendo que ele estava louco e que se não parar vou chamar a policia, ele empurrou minha mãe e me jogou para dentro de seu quarto trancou a porta e me espancou ele me bateu como se eu fosse seu oponente em um ringue disputando o titulo mundial com uma diferença eu só apanhava, foi quando meu irmão mais velho chegou e arrombou a porta e me tirou das mãos dele, minha mãe me pegou no colo com ajuda do meu irmão e me levou pro hospital, fiquei dois dias internado e muito mal, quebrei duas costelas dois dentes e o nariz, não sei qual foi a desculpa que minha mãe deu para o investigador de plantão no hospital (antigamente ficava um investigador de policia de plantão nos hospitais para as ocorrências) só sei que mais uma vez ele me espancou e ninguém fez nada contra ele, quando sai do hospital e voltei para casa todos me olhava com dó pela vida que eu levava em casa com aquele monstro. Passado um mês minha vida já estava normal trabalhando e estudando e apanhando dele quase todos os dias foi quando  sexta feira dia 08 de setembro meu aniversario minha mãe tinha feito uma festa surpresa pra comemorar meus 14 anos cheguei em casa e foi uma surpresa mesmo porque como estava a minha vida em casa eu nuca sonhei que aquilo podia acontecer, e ainda mais com o meu pai fora de casa, eu não sei como minha mãe fez para meu pai ficar fora de casa para não estragar a minha festa mais ela conseguiu foi tudo lindo ganhei presentes e o bolo que eu mais gostava de chocolate. Mais a noite ainda não tinha acabado! Quando acabou a festinha fomos todos dormir já era de madrugada eu estava dormindo e fui acordado com um soco violento que acertou bem no meu peito, era meu pai ele gritava (seu filho da puta fez a porra da bagunça e foi dormir vai arrumar tudo agora)

Pai pelo amor de Deus não me bate mais pai por favor foi quando ele tentou me dar um chute eu pulei e ele acertou na cama e machucou seu pé transtornado jurou me matar nessa altura já estava todos acordado minha mãe entrou na frente dele e disse hoje você não vai bater nele nem que eu tenha que matar você mais você não bate nele ai ele quis bater na minha mãe foi quando meus irmãos entraram na frente dele e falaram que eles assistiam a maldade dele comigo e nunca falaram nada mais com a mãe você não vai fazer maldade nenhuma, eu nunca vi meu pai com medo de nada mais nesse dia eu vi que ele estava com medo. Aproveitei a situação peguei uma camisa meu tênis e fugi pela porta que estava aberta, sem saber pra onde ir e a quem pedir ajuda comecei a andar na rua, estava muito frio e eu estava apenas de shorts e camiseta, foi quando lembrei de um colega que morava só com seu pai, fui até a casa dele que era na mesma rua e chamei ele na janela de seu quarto, Carlos, Carlos ele abriu a janela e disse marcos o que foi porque você esta na rua uma hora dessas sai aqui fora que eu conto, falei tudo pra ele e ele falou você pode dormir no quintal mais meu pai não pode ver você se não ele fala para o seu pai, eles tinha um banheiro do lado de fora e foi lá que eu passei aquela noite, quando amanheceu o dia ele aproveitou que o pai dele saiu para trabalhar e me colocou pra dentro tomamos café e ficamos pensando onde eu poderia ficar pensamos em varias pessoas e a que nós dois achamos que podia nos ajudar era a mãe do Duda ele foi até a casa dele e conseguiu trazer a mãe dele pra falar comigo ela ficou doida quando eu contei tudo o que eu passava nas mãos do meu pai, ela falou que eu podia ficar na casa dela mais só com uma condição. Minha mãe tinha que saber onde eu estava porque ela passou a madrugada toda me procurando que já tinha me procurado até na delegacia e que estava chorando muito todos concordamos e minha mãe foi avisada, fui para casa deles e minha mãe veio logo que ficou sabendo, me abraçou e pediu perdão pelo que o meu pai fez pra mim.

Amanhã vou contar como esse episodio mudou a minha vida. Me transformando de um adolescente que nunca imaginou que fugir de casa poderia me ajudar a me tornar Homem antes da hora.        

sexta-feira, 15 de abril de 2011

natal de 1980 que dor

irmãos ele tratava como filhos e não como cachorro que era a maneira que ele me tratava, um dia eu e minha Irma estávamos brincando no quintal de policia e ladrão (qual a criança da minha época que não brincou de policia e ladrão) ele me pegou por traz pelo cabelo me jogou no chão me deu um chute nas costelas e gritou para todos ouvirem. Esse vagabundo safado esta querendo que minha princesa seja uma trombadinha como ele, isso é só uma brincadeira PAI disse minha Irma, brincadeira nada filha esse vagabundo ta com má intenção olha só a cara desse safado e me deu outro tapa. (nessa época eu já trabalhava e estudava e ele ainda me chamava de vagabundo) era um sábado e minha mãe estava trabalhando e eu e minha Irma estávamos sós com nosso pai meus irmãos estavam na rua jogando bola coisa que ele me proibia os finais de semana pra eram sofridos porque ele não me deixava sair de casa e ainda me acusava de só andar com más companhias, como se eu trabalhava em uma floricultura das 10 h às 17hs e entrava na escola as 19 h e nos finais de semana ele me proibia de sair de casa. Nesse mesmo ano no natal foi um dos dias mais tristes de minha vida, meu pai mandou todos para a casa da minha tia que era em outro bairro com a intenção de fazer uma surpresa para todos, menus um. “eu”
Ele montou uma arvore de natal linda com bolas estrelas e tudo mais, luzinhas piscando na porta para nós que éramos todos crianças foi a coisa mais linda que já tínhamos vistos, quando nós entramos em casa na arvore de natal tinha um monte de presentes para todos, para meus irmãos para minha Irma para minha mãe, menos pra mim ele falou, falou não gritou que eu não merecia presente porque eu fui muito ruim no ano que estava acabando e que por esse motivo ele não comprou nada.
Nossa eu quis morrer de tanta tristeza corri para casa do meu amigo que até hoje é como um irmão pra mim e ele me abraçou e falou, pode ficar com essa bola que eu ganhei do meu tio é meu presente pra você não liga pras coisas que seu pai fala e faz ele é louco!
Isso tudo foi no dia 24/12/1980 na noite de natal.
No dia seguinte acordamos tarde por volta das 10 da manhã minha mãe não estava em casa quando foram 12 hs elas apareceu e entrou direto para o quarto com uma sacola do MAPPIM antigo magazine que era naquela época como as casas Bahia de hoje, depois de um tempinho ela me chamou e me entregou o misterioso cara quase fui à loucura era um trenzinho elétrico Lino maravilhoso todos meus irmãos ficaram com inveja mais todos nós brincamos, minha mãe realmente era um anjo, depois quando já era adulto fiquei sabendo que ela fez um financiamento e ficou um ano pagando aquele trenzinho minha MÃE era minha rainha.

Amanhã contarei como foi a minha adolescência e como me tornei homem

quinta-feira, 14 de abril de 2011

quando tudo começou

venho de uma familia de nove irmãos sou o quinto e infelizmente perdemos dois irmãos nos anos 74 e 76 todos os dois com sarampo que na época era uma doença que fazia muitas vitimas fatais.
eu nasci em 1967 no parana na cidade de  Barbosa Ferraz, mais a minha familia morava em são paulo como minha mãe era muito apegada aos pais dela ela passava o final da gravides com eles no parana por esse motivo eu mais cinco irmãos nascemos la mesmo com residencia em são paulo.
minha vida era maravilhosa viajavamos sempre para o parana para ficarmos com nossos avós la andavamos de cavalo pescava tinha um pomar gigante com muitas frutas.
mais isso tudo esta para mudar e não demorou muito eu estava já com cinco anos quando apanhei pela primeira ves do meu pai. Ele chegou em casa muito bravo e eu fui correndo para sentar no colo dele,
e ele me deu um tapa na cara cai no chão sangrando muito pelo nariz e boca ele se aproximou para me bater mais quando minha mãe veio gritando, para João você ta louco ele é um bebe para ai ele falou.  Esse filho da puta não me da sossego eu mau chego e essa peste vem pra cima de mim.
minha mãe sempre muito serena conseguiu acalmar o meu pai achando que aquilo foi só um surto de loucura e que ele me pediria desculpas e que tudo voltaria ao mormal, ela me levou para o hospital e falou que eu cai da escada. só que infelizmente aquilo não foi um surto ele realmente era aquilo que ela presenciou só estava escondido. (muitas mães escondem essas coisas de todos e muitas vezes acontece o pior com vem acontecendo ultimamente, elas escondem por ter vergonha por se achar incapaz de seguir a vida sem o marido e as vezes é por amor) daquele dia em diante eu iria sofrer muitas agreções covardes como esta amanhã vou contar como foi o meu natal de 1980.
abraços